A Taxa de câmbio é a definição do preço de uma unidade de moeda estrangeira expressa em relação à moeda nacional.
1 US$ = X R$
Hoje o valor da taxa de câmbio em relação a moeda norte-americana é de R$1,70 / US$1,00. Isso significa que para comprar 1 unidade dessa moeda estrangeira é necessária a quantia de R$1,70.
Uma elevação de R$1,70 para R$1,90, implicaria em uma desvalorização nominal da taxa de câmbio. Em outras palavras, esse cenário indica que a moeda nacional agora vale menos em relação a moeda estrangeira. Por outro lado, se houvesse uma queda da taxa, isso implicaria em uma valorização do câmbio, ou em outras palavras, que a moeda nacional vale mais do que antes, e que é possível comprar uma unidade de moeda estrangeira com uma quantidade menor de moeda nacional.
A taxa de câmbio tem papel fundamental nas relações de comércio exteriores, pois impacta diretamente principalmente os importadores e exportadores de bens e serviços.
Pode-se exemplificar esse cenário:
Brasil exporta mercadorias ___Taxa de Câmbio ______EUA paga
US$ 20.000 ___________________R$1,20 __________R$ 24.000
US$ 20.000 ___________________R$1,30 __________R$ 26.000
Taxa de Câmbio: R$1,20 → R$ 1,30
Taxa de câmbio aumentou (desvalorização nominal do Real)
Efeitos:
- Tornou mais barata as mercadorias em moeda estrangeira
- Tornou mais caras as mercadorias em moeda nacional, resultando no aumento da receita do exportador.
Porém, se analisássemos essa mesma alteração da taxa cambial para um importador, o cenário seria bastante desfavorável. Uma empresa que importasse uma mercadoria, com a desvalorização nominal, pagaria mais por ela, o que poderia afetar diretamente o mercado local:
Brasil importa mercadorias ___Taxa de Câmbio _______EUA recebe
US$ 20.000 ___________________R$1,20 __________R$ 24.000
US$ 20.000 ___________________R$1,30 __________R$ 26.000
De forma geral, percebe-se que a desvalorização cambial tende a estimular as exportações e diminuir as importações, pois encarece as mercadorias importadas e barateia, para o mercado exterior, os bens/serviços que o país exporta.
Mas tudo é bastante relativo, se o Brasil exporta bens e serviços e há uma forte valorização cambial, espera-se que a receita aumente, porém os nossos serviços passam a ficar mais caros, e consequentemente perdemos muitas oportunidades para países que oferecem preços melhores.
Taxa Real de Câmbio
Foi abordado até o momento apenas a taxa nominal de câmbio. Mas os economistas e o mercado empresarial consideram a taxa real de câmbio, que envolve em seu cálculo a influência da inflação no mercado nacional e no mercado estrangeiro.
Fórmula:
onde:
E= Taxa de câmbio real
e= Taxa de câmbio nominal
P*= Índice de preços do país estrangeiro (Inflação)
P= Índice de preço no mercado nacional (Inflação)
Como a Taxa de câmbio real e o Índice de preço no mercado nacional são inversamente proporcionais, é fácil perceber que a inflação interna tende a encarecer os produtos de exportação e tornar mais baratos os produtos importados:
Inflação nacional (P)↑ → Taxa de câmbio real (E)↓ → Real Valoriza:
Preço dos produtos exportados↑ e Preço dos produtos importados↓
Já a inflação externa, tem efeito contrário, encarecendo os produtos de importação e estimulando as nossas exportações:
Inflação nacional (P) ↓ → Taxa de câmbio real (E) ↑ → Real Desvaloriza:
Preço dos produtos exportados↓ e Preço dos produtos importados↑
Com base nessas informações, fica fácil analisar que somente a taxa cambial nominal não reflete a realidade acerca do comportamento real da taxa de câmbio, já que também devemos considerar a inflação interna e externa.
Porém, é importante ressaltar que o conceito de taxa de cambio real apresenta determinadas limitações, pois o produto que está sendo comercializado pode ter sofrido inflação totalmente diferente em relação a inflação utilizada na fórmula, que na verdade é um cálculo médio que inclui uma série de bens e serviços.
Referências:
http://diogocortiz.wordpress.com/2009/12/10/taxa-de-cambio-e-regimes-cambiais/
http://www.bcb.gov.br/?TXCAMBIO
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MPOG - 2003
61- Considere que as exportações brasileiras dependam da taxa de câmbio real calculada a partir da relação entre o real e o dólar e considerando as taxas de inflação no Brasil e Estados Unidos da América. É então correto afirmar que:
a) a inflação americana tende a desestimular as exportações brasileiras.
b) tudo mais constante, a inflação brasileira tende a estimular as exportações brasileiras.
c) tudo mais constante, uma desvalorização do dólar frente ao real tende a estimular as exportações brasileiras.
d) tudo mais constante, uma desvalorização do real frente ao dólar tende a desestimular as exportações brasileiras.
e) tudo mais constante, a inflação americana tende a estimular as exportações brasileiras.
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Gab: E
Muito boa explicação. Tava com algumas dúvidas sobre o assunto pra uma prova de economia, conseguir sanar boa parte com o seu texto. Extremamente útil!
ResponderExcluirEu sou estudante de economia e tinha muita dificuldade para entender o câmbio brasileiro, pois sempre estudei em macroeconomica câmbio em termos diretos, isto é, pela optica norte americana. Taxa de câmbio em termos indiretos é o contrário, mas entuitivamente eu tinha muita dificuldade de compreender o porquê. Esta explicação deixou isso muito claro pra mim. Eternamente grato, obrigado.
ResponderExcluirExcelente explicação - por demais esclarecedora. Não deixa margem a nenhuma dúvida. Muito grato!
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